quinta-feira, 6 de novembro de 2008

Bede Durbidge vence duelo contra Taj Burrow na Zimba.

Não, eu não to doida!!! E sim, a final foi Bede Durbidge contra Jeremy Flores. Mas Durbidge não conquistou só o título da etapa e saiu da Praia da Vila vencedor do duelo particular que trava contra Taj Burrow pela segunda colocação deste ano. Já que Kelly Slater foi campeão antecipadamente, a cada etapa a briga se acirrava.

Como Joel Parkinson, que era o terceiro colocado, não veio ao evento no Brasil a disputa ficou entre os dois aussies e os dois entraram neste domingo com tudo para garantir boa pontuação.
Ambos permaneciam na disputa, cada um já com 600 pontos obtidos. Mas o francês Mikael Picon estragou a festa de Taj e avançou para as quartas de final. Restava a Durbidge alcançar no mínimo a segunda colocação.

O dia estava épico. O mar, de gala, com excelente formação e lindas direitas se abrindo, motivou a direção do evento à antecipar as baterias e encerrar o campeonato neste domingo mesmo.
Na primeira bateria do dia, Léo Neves já impõe seu ritmo sobre Marco Polo, abrindo a session com 7,5. Marco Polo não consegue tirar o prejuízo e Léo ainda faz a segunda melhor onda da batera, 6,33.
O francês Jeremy Flores vence Ben Burgeois sem grande dificuldade e avança para as quartas, marcando 15 pontos contra 11,4. Jeremy, que tem a maior nota do evento, 9,8, abre com 6,17 e ainda consegue 8,83 numa ótima esquerda.

O australiano Daniel Ross vence o também aussie Tom Whitaker pela menor diferença do dia, 13,5 a 13 pontos.

Taj e Picon. Taj tinha ondas 8 e 6,5 e o francês 5,17 e 7,17. Faltando cinco minutos para o término Picon faz um high-score e vence a bateria em cima do número 2.

“Essa vitória é muito importante para mim. É muita pressão no Tour, para se manter na elite e eu estava precisando de um bom resultado. Quero muito continuar no WCT. Enfrentar o Taj é bastante difícil e eu estou bem contente de ter passado. Eu gosto de estar no Brasil e eu consigo fazer meu surf, vou surfar sem pressão.”

Perguntado sobre o duelo que viria contra o compatriota e amigo Jeremy Flores, Mik Picon responde:

“Nós somos muito amigos. Eu, o Jeremy, o Tiago(Pires), o Marlon Lipke , o Michel Bourez... viajamos e competimos juntos. Nós somos parte de uma força do surf da Europa,tudo em torno de um projeto para termos um campeão mundial. Nós estamos conseguindo representar bem a Europa, independente do país, da nação, somos um time europeu e qualquer um de nós que avance em qualquer bateria sempre é muito positivo.”

Bede Durbidge entra na bateria seguinte e inspirado por esta eliminação bate Damien Hobgood e avança rumo as finais do campeonato. Não seria uma pontuação suficiente, mas já significava, no mínimo 132 pontos a mais do que Taj.

“ O Taj sem dúvida é o melhor surfista do evento. Ás vezes você surfa o seu melhor, mas lá dentro do mar tudo pode acontecer. Está bem grande hoje e acho que ainda vai melhorar.”, fala Durbidge.

Bernardo Pigmeu passa pelo aussie Dyyan Neve e garante mais um brasileiro nas quartas de final.
Pigmeu vem apresentando um surf muito bonito no estilo e muito constante também.
“A sorte ajuda também e o bom posicionamento. Eu fiquei me posicionando mais nas direitas e ele optou pelas esquerdas, que acabaram não sendo tão boas assim. As direitas que eu peguei abriram e eu consegui duas boas notas.”

Heitor Alves não se intimida diante de C.J Hobgood e mostra por que é o Fanning brazuca. Faz 17,23 contra 13,5 do campeão mundial, na bateria mais aguardada do dia. Heitor dropa morras, que se abrem a sua frente bastante longas e solta as rabetas e mostra as quilhas, numa onda excelente 9,4. Vibração geral da torcida, que mesmo com a chuva prestigiava o surf de alto nível.

“O vento está acalmando, as ondulações estão entrando... altas ondas. O aéreo foi incrível. Eu esperei a onda abrir para eu manobrar, mas vi que dava pra mandar o aéreo, e eu tenho treinado bastante ele e deu certo. O aéreo veio, eu voltei e cai na espuma... (risos). Deu tudo certo.”

Fred Patacchia, a lenda do surf havaiano passa por Tim Reyes, já abrindo com um excelente 8,33. Mesmo mesmo não encaixando uma segunda onda boa, the legend vai para as quartas e eleva o nível da disputa.
O mar mantém as excelentes condições e os surfistas vão para o mar disputar a fase final do evento.

Léo Neves não consegue passar pela sensação Jeremy Flores, que faz nesta batera o segundo melhor somatório do evento, 18, 06. A bateria fica bastante apertada até o fim, mas Flores fecha o caixão com uma onda excelente, um 9,23, onde ele abusa do power surf, bem ao estilo do seu adversário, Léo.
O francês Mikael Picon, embalado pela vitória sobre Taj, avança mais uma, desta vez vencendo o australiano Daniel Ross.
Bede Durbidge tira mais um brasileiro da disputa, Benardo Pigmeu, que não consegue fazer frente ao surf inspirado de Durbidge, que tem muito mais interesse na disputa devido a briga com Taj pela segunda colocação.
Heitor Alves também se despede da disputa, numa ótima bateria onde enfrentou o havaiano Patacchia e finalizou a participação brasileira na disputa.

Primeira semi final, duelo de franceses. Jeremy Flores mais uma vez impõe a força de seu surf e vence Mik Picon.
Na segunda semi-final Bede Durbidge vence Fred Patacchia. Vitória do surf linha sobre o power-surf. Durbidge consegue as melhores ondas da bateria e já garante a segunda colocação no Ranking da ASP World Tour.

Mas o dia não estava completo para Durbidge. Já que ele estava na final, queria comemorar.
E a festa foi completa.

Durbidge já abriu a bateria com um aéreo que lhe rendeu um high-score. Jeremy ainda tentou buscar uma onda deste nível, mas Durbidge pegou uma excelente direita, e pra presentear o público, que enfrentava o frio, tirou um lindo tubo e esquentou o clima da Praia da Vila.
“Estou muito feliz, é muito bom ganhar aqui no Brasil. Tinham ondas realmente muito boas hoje e a melhor decisão foi realizar o campeonato. São as melhores condições que eu vi no Brasil, nos últimos anos e a presença de todas estas pessoas na praia... Aqui é sempre uma alegria, as pessoas te recebem muito bem, e conhecem o surf, te acompanham... Muito obrigado a todos, muito obrigado!”

Pelo surf apresentado, quem viu também agradece.

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